Vivemos numa Era de inversão total de valores!
Um clichê que deveria incomodar mais que se acomodar dentro de um ser...
Por que tem que ser assim?
Cotidianamente me ponho a refletir sobre minha prática pedagógica...
Sobre o papel da escola, do educador...
E dos cidadãos no desenvolvimento social.
O que desejamos para o futuro das gerações?
Percebo que os discursos revelam-se paradoxal ao que se planta
Sim! Vivemos numa Era de educação estética!
Um caminho socialmente perigoso, preocupante e que muito me entristece...
O que me motiva à trajetória educacional é a possibilidade de ajudar um ser a se tornar CIDADÃO.
Mais do que um juramento para obter um diploma, há um juramento de vida para com outra vida.
Uma responsabilidade ímpar, a qual não pode ser negligenciada!
Não cabe!
Percebo educadores sabotando conhecimentos que sustentam a prática,
e o pior, a própria prática que poderia impulsionar novos e enriquecedores saberes...
Nas paredes não pode haver trabalhos feios... Mas, o que é feio afinal?!
Pra mim, no contexto educacional,
feio é o belo produzido por quem tem habilidades e competências já desenvolvidas...
A este cabe apenas a organização dos espaços, atividades, sistematização dos aprendizados...
Mas na Era da educação estética e da inversão de valores
a aparência é o que desperta maior preocupação e dedicação dos que estão nos espaços educacionais.
Penso que a educação só poderá sofrer mudanças quando encararmos de frente a triste realidade que se esconde no interior desses espaços.
Estou longe, infinitamente longe de ser perfeita e a melhor educadora,
mas tenho princípios e ideais sólidos.
Acima de tudo, amo e me preocupo com a vida!
A educação pública forma a massa da sociedade.
Eu estudei em uma escola pública do subúrbio do RJ por muitos anos,
porém tive a oportunidade de desenvolver minhas habilidades reflexivas e competência de análise.
Infelizmente, nesta geração este fato não é uma regra, mas uma exceção...
Os educadores se esforçam, se doam ao extremo (muitos, pelo menos!).
Então, o que ocorre?
Novamente está em pauta na mídia a greve dos professores... Por quê?!
Hoje, enxergo uma espécie de comércio educacional
nas entrelinhas dos belos discursos pedagógicos
e, quem sabe, filosóficos.
Pensamentos, ideias, energias e materiais são desperdiçados em momentos pouco enriquecedores,
mas que compõem a imagem desejada.
Sorriso para alguns,
cansaço e sensação de vazio para muitos...
Faces que tentam disfarçar o desgaste físico e a frustração da perda de tempo...
Ahhh... Como isto me entristece!
Um tempo que poderia ser gasto no plantio pedagógico mais adequado e menos dispendioso.
Talvez a ação pudesse gerar resultados mais concretos e desejados,
qualitativa e quantitativamente,
evitando a apelação e a camuflagem vergonhosa em pról de uma imagem irreal.
A luta dos professores é maior do que se pode imaginar...