terça-feira, 31 de julho de 2012

Carta ao Educador 10 - Escrever? Pra quê?

Rio de Janeiro, 08 de Maio de 2012.

Olá!

              Um desafio foi lançado! É preciso escrever!!
          Segundo Hannah Arendt, "não se pode dizer como a vida é, como a sorte ou o destino trata as pessoas, a não ser contando a história". Falar de história é também falar de memória, única capaz de registrar os sentidos do nosso caminhar na vida, nossas reflexões e aprendizagens construídas.
            Em sala de aula ou em salas de formações continuadas de professores a prática do registro escrito de memórias, se não é, deveria ser uma importante ferramenta de desenvolvimento cognitivo, afetivo e social de alunos e educadores. Todavia, o que se observa em muitos desses espaços é um entrave na adequada compreensão do fazer.
            Tenho realizado leituras sobre esta temática. Segundo Prado e Soligo (2007) são muitas as questões que surgem, mas todas giram em torno de uma só "Como formar leitores e escritores sem que o sejamos?", "Como convencer nossos alunos a se arriscarem na aventura da escrita, se não nos disponibilizamos a enfrentar pessoalmente os riscos?". Se desejamos que nossos alunos desenvolvam habilidades de leitura e escrita, antes precisamos nos elevar da condição de ator à autor... Escrever sobre nossas vivências é essencial!
          "O ato de escrever sobre a experiência vivida, sobre a prática profissional, sobre as dúvidas e os dilemas enfrentados, sobre a própria aprendizagem não é uma tarefa simples, pois exige, ao mesmo tempo, tomá-los como objeto de reflexão e documentá-los por escrito. Essa escrita nem sempre é fácil  e prazerosa, principalmente quando nela iniciamos, mas é necessária. Porque a reflexão por escrito é um dos mais valiosos instrumentos para aprender sobre quem somos nós - pessoal e profissionalmente - e sobre nossa atuação como educadores, uma vez que favorece a análise do trabalho realizado e do percurso de formação, o exercício da capacidade de escrever e pensar, a sistematização dos saberes e conhecimentos construídos, o uso da escrita em favor do desenvolvimento intelectual e da afirmação profissional." (Prado e Soligo, 2007, p.17)
            Enfim, o que desejo compartilhar com você é que tentarei me iniciar neste ofício... Ou seja, registrar por escrito minhas memórias. Tente você também! Afinal, impossível marcar o corpo do outro, se a marca não existe em nosso próprio corpo.
        Segue uma dica de livro: Porque escrever é fazer história: revelações, subversões e superações. Guilherme do Val Toledo Prado, Rosaura Soligo, (organizadores). -- Campinas, SP: Editora Alínea, 2007.
         Este livro é uma publicação do GEPEC/Unicamp e reúne artigos que narram experiências de formação que privilegiam o trabalho com a leitura e a escrita. Muito interessante!! Vale a leitura!!!

Beijo grande!!

Carla Rodrigues
Porque escrever é preciso!