terça-feira, 2 de outubro de 2018

Ser professora... Compartilhando vivência! _CR

Ser professora... Compartilhando vivência!

O texto é grande, mas é preciso comunicar... Escrever é mais que uma paixão, é um ato de reflexão e autoterapia ( se é que existe este terno, mas todos me entenderam; creio... rs)!

Lembro-me da infância... Adorava brincar de bonecas, mas normalmente eu era a professora delas, não a mãe... Qtas vivências e lembranças!!
O tempo passou... e advinha? Formei-me administradora financeira! Rs. Pois é... exerci esta profissão por muitos anos... Mas a semente plantada na infância, germinou, invadindo todo meu ser... Mudei de profissão! Sou Pedagoga!! Muitos não compreendem tal mudança... Alguns colegas professores me chamam de louca! Afinal, são muitos "tia" no ouvido em meio ao calor e a poeira da sala de aula, sofrendo os impactos provocados pela desordem e o caos social, ideológico e político...
Impossível salvar o mundo, mas conseguimos fazer a diferença e resgatar alguns alunos. É isso que dá sentido ao nosso fazer, tão importante e tão desvalorizado... Tem horas que pensamos chegar ao nosso limite e iniciamos um processo d desistência de algum aluno... Sofremos! Porém, é neste momento exato que Deus nos resgata e nos dá força para continuar!
Desde o início do ano, três alunas me desafiam absurdamente, com falta de limites, desvio de caráter e desinteresse pelo estudo. Quase as deixei à deriva, entregues a própria sorte... Mas ontem, após muitas conversas ao longo de todo ano, estas meninas me surpreenderam e me emocionaram. Hj, mais uma vez me fizeram chorar, porém de alegria agora. Elas incomodavam toda a turma, provocavam intensos desequilíbrios no grupo. Havia um movimento interno d alunos para ajudá -las a mudar, não sabia. Crianças adoram correr e brincar de piquepega e policia e ladrão.O q eu desconhecia era q estas brincadeiras tinham um objetivo tão nobre. Elas eram sempre as q fugiam ("ladroes"), mas só deixariam de ser "ladroes" qdo mudassem o comportamento e me pedissem desculpa... regras estabelecidas pela turma, não tinha conhecimento disso. Todo recreio, a mesma brincadeira. Ontem, elas se renderam!! Foram pegas pela "policia". Cansadas de cumprir "pena" e exercer sempre o mesmo papel, aceitaram as condições e o habeas corpus saiu... rsrs. Então, um Grupo d crianças segurando as meninas pelos braços se aproximaram de mim. O que houve? - perguntei. "Presas" e com o apoio emocional dos amigos, confessaram todos as atitudes erradas, me pediram desculpas e se comprometeram a mudar. Daquele momento em diante, nosso clima na sala transformou-se significativamente para melhor. Estão respeitosas, carinhosas e se esforçando nos trabalhos. Hoje recebi cartinha delas. Bom, não sei qto tempo isso vai durar, mas Estou percebendo q a turma está de olho nas meninas... rsrs... Um dia de cada vez! Rsrs...
Eh, dar aula para bonecas é mais fácil, mas dar aula para pessoas é mais gratificante. Ver a mobilização de um grupo e a transformação de alunos não tem preço!! A professora chora mesmo!!! Qual profissão nos oferece tamanha experiência e emoção no dia a dia? Sim, o ser humano pode mudar!! Não estamos sozinhas, qdo plantamos boas sementes em nossos alunos!! Acreditar é preciso!! O sentimento que fica é gratidão!! É isso! Bjoooo

segunda-feira, 19 de março de 2018

Ser Professor(a) da Escola Pública

Escrever é imprescindível!!

Ser professor(a) não é uma tarefa fácil, especialmente num município e comunidade com tantas carências e lacunas; especialmente numa sociedade que não valoriza a educação... Escolhi ser professora da Escola Pública porque um dia sonhei com uma sociedade mais igualitária e menos excludente; um dia acordei e desejei ajudar a construir esta sociedade dos meus sonhos... Nunca medi esforços! Sim, sempre fui educadora com muito orgulho! Sim, sempre gastei meu dinheiro e tempo estudando e adquirindo recursos para tornar o aprendizado mais humano, afetivo e com uma qualidade mais adequada, não por vaidade, mas porque luto por um sonho...
Mas tem dias que dá vontade de desistir da educação, "chutar o balde"... Por vezes, somos tão desvalorizados e agredidos por agentes distintos, que a desesperança é inevitável... Aliás, em tempos atuais a desesperança é avassaladora... Educação deveria ser alicerce para uma vida mais digna. Mas como e pra quem? Aqueles que não tem suas necessidades básicas atendidas se tornam seres reativos e portanto, não conseguem enxergar a educação como um caminho... Para nós educadores o sonho as vezes se transforma em utopia... "Enxugamos gelo" com frequência... Tem dias que são difíceis... Muitos porquês nos vem à mente... Um cappuccino é preciso!!! Por que persistir como professor(a) - e ainda, comprometido(a), numa sociedade onde muitos enxergam a escola como depósito de crianças, e nos percebem como "babás" ou cuidadoras???? Não!! Não somos babás e não queremos aceitar essa educação assistencialista!!! Lutamos, mas essa forma de educação revela -se com a força de uma tsunami que invade, devasta e engoli tudo e todos... somos humanos, cansamos... Que peso, que carga carregamos... hoje, estou cansada... O sentimento que fica assola o ser... Temo pelo futuro desta geração e de nossa sociedade... Desculpa, mas hoje não consigo ser positiva... Porém, como um pêndulo, o movimento dos dias vai e vem, logo nosso sentimento também... Então, que Deus nos guarde e nos abençoe, renovando a esperança de um amanhã melhor!!

PAZ!


"É preciso Paz para sorrir"... Caminhar, seguir em frente... "Cumprir a vida". "A estrada é longa" e os dias intensos para cada um de nós, e todos nós... Quantos nós! Carregar o sorriso está difícil, sofrido... Perdemos o direito de ir e vir com tranquilidade; perdemos o direito de trabalhar e lutar pelos nossos ideais sociais, com dignidade; perdemos direitos legais conquistados com lutas... Alguns já perderam seus sonhos, outros estão em processo... Há aqueles que estão vulneráveis e nem imaginam... Sim, até os sonhos nos roubam, dia a dia! Até quando? Contra o quê ou quem é a luta? Reflita!!! A miséria é gigantesca... As pessoas se agridem por nada e por tudo... Respeito, uma atitude em extinção! Mentiras, ambições, vaidades, invejas, crescem explícita ou implicitamente ... Não há limites, não há leis, não há ordem... É o caos que se instala em meio a desordem... Atrocidades acontecem em qualquer dia, qualquer hora, em qualquer lugar... O que há então? Como "seguir a vida", "compreender a marcha"? Se essa marcha segue por caminhos tortuosos e absurdos, onde ecoa gritos e lágrimas, que deixam marcas no corpo e na alma... Quero a suavidade poética das rimas... Quero a leveza do rio que passa, do vento que sopra na face! Quero o canto doce dos pássaros que inspira, a chuva que faz florescer, o coração que pulsa a vida!! Quero o menino e a família na escola pública, para estudar e ser cidadão! Quero uma escola publica com mais autonomia, criticidade e menos assistencialismo, mas isso não nos dão... Então, como crer no amanhã? "Muito pouco eu sei ou nada sei". Apenas reflito, sinto, me inspiro e tento inspirar ou provocar, ainda que poeticamente... Talvez não seja a melhor forma, mas é a única que sei... Vozes desejam falar, gritar, mas são amordaçadas, silenciadas, acuadas... Valores são invertidos... Estamos todos vulneráveis à violência desmedida, seja moral ou física. Como educadora, lutamos, sofremos, adoecemos, suportamos agressões, descasos... Ainda assim, prosseguimos tentando plantar sementes... Até quando? Não sei... Apenas penso: Profissão Professor, profissão com alto risco de extinção! Sociedade com alto risco de extinção!! Quantas reflexões cabem aqui...
Enfim, é preciso Força para lutar; Fé para continuar a acreditar; "Amor para pulsar"!

Força para todos nós, cotidianamente!
E que Deus nos guarde, dia e noite!! Beijo💋

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Carta ao Educador_Um sentimento, um grito... Hoje foi difícil!

Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2015


Amados,

          Hoje minha escrita expressa uma necessidade em compartilhar sentimentos vividos nesta manhã e início de tarde... Talvez um grito de desabafo! Mas acima de tudo uma reflexão sobre a prática educativa e seus muitos desafios. Certamente alguns se identificarão...
             
             Então o relógio desperta, já é hora de levantar! Pouco tempo depois lá estamos nós, sorrindo e cumprimentando nossos colegas de trabalho. É hora do "bom dia" e do olhar que acolhe. Adentramos a sala de aula... Coração esperançoso, confiante pelo tempo produtivo que desejamos viver! De outro lado, vozes ansiosas por compartilhar as horas antecedentes... Assim começa o nosso dia!
         Horas se passam... E no movimento cotidiano de idas e vindas, esbarramos com posturas, atitudes e ações diferentes, umas gratificantes, enriquecedoras; enquanto outras desastrosas, preocupantes, entristecedoras e desanimadoras. Somos educadores, mas antes, somos seres humanos; porém com uma dose extra de sentimentos, de idealismo e crença na transformação humana. Sonhamos em ajudar a construir um mundo melhor, cidadãos com maior consciência e responsabilidade social. Por isso, muitas vezes sofremos... 
              Tem dias em que tudo acontece e a atmosfera acinzenta-se! Hoje foi um desses dias.
          Tenho uma turma com nível de aprendizagem em pontos extremos e absurdos. Alunos sem limites de educação, agridem, ofendem, desafiam e perturbam a paz e a alegria presentes no início do dia.  Ainda não desenvolveram habilidades básicas de um estudante de início de 3º ano. Muitos ainda não compreenderam a dinâmica de uso de um caderno, desconhecem conceitos básicos de aprendizagem, apresentam dificuldades de localização espacial, assim como desconhecem a dimensão do seu próprio corpo. Mas há aqueles que demonstram excelência em todos os aspectos, inclusive na paciência com o cenário atual!
           Paralelo a este movimento, há um aluno com problemas sérios de saúde... Uma bomba relógio pronta a explodir! E explodiu em meus braços, no instante em que dava a saída da turma. Estes, aliás, revelaram-se trêmulos e doloridos até o anoitecer. O corpo, após amparar tamanha tensão, apresentou dores em diferentes pontos. Já o coração experimentou sentimentos diversos...
          Mas o movimento do dia não se resume a estes acontecimentos. Antes de seu ápice, alguns alunos foram encaminhados à secretaria porque passavam mal. Vários incêndios surgiram e necessitavam ser apagados de uma só vez, num único instante... Em meio a crise, uma aluna clamou " tia, por favor, continua a explicação, vamos estudar!". O coração apertou! Como atender a todos? Como saciar tantas demandas distintas ao mesmo tempo? Impotência, este é o sentimento que fica!
             Tem dias em que as lágrimas vem à tona, impossível controlar! Então, junto vem o desejo de parar, sentar, observar, escutar o silêncio... É como se buscássemos enxergar cores em meio ao vazio... Refletimos sobre nossas ações, questionamos nossas atitudes, ponderamos nossos sonhos e ideais, colocamos na balança nossos anseios, planejamentos, possibilidades e realidades... Então, somos acometidos pelo sentimento de que não há nada a fazer... O desânimo se apossa de nós!
          Lembrei-me então de uma "educadora" que me apontou negativamente como alguém que oferece demasiados conceitos aos alunos, sugerindo que seguisse apenas a "cartilha" da rede de ensino a qual faço parte. Claramente mostrou-se oposta a pedagogia por projetos, a qual tenho grande apreço. Por um instante cheguei a pensar que sua colocação era correta e adequada a realidade... 
           Mas em contraponto, lembrei-me também que a engrenagem que me move e me oferece forças para prosseguir é a minha inquietude, o meu olhar e postura de pesquisadora, as palavras que me saem da mente, as idéias que comumente afloram em mim; além das muitas experiências profissionais já vividas por este Brasil, as quais revelaram a possibilidade de transformação e desenvolvimento do ser. 
          Sim! É possível transformar!!!
       Voei, atravessei fronteiras, naveguei rios, caminhei horas... De leste a oeste, de norte a sul, conheci a educação em sua essência em diferentes regiões do Brasil. Vi transformações reais, ouvi depoimentos impactantes de alunos e educadores. Sim, a educação pode transformar! Sim, eu posso mudar esta realidade!
         O processo de mudança por vezes é doloroso, mas não é impossível! Inicialmente pensei em abrir mão do belo projeto que escrevi para esta turma, dos sonhos que desejei despertar neles e das vivências que planejei para eles... Mas não! Não tenho o direito de fazer isso! Amadureci! Decidi que não vou sofrer. A dor se transformará em energia, força motriz para a realização de ações pedagógicas importantes. Adaptações serão necessárias, assim como a consciência dos limites, na certeza de que o melhor alcançaremos juntos!!
           Neste momento só me resta agradecer à Deus pela vocação de ser educadora; às pessoas que ao longo da minha vida me ensinaram a sonhar e a acreditar numa educação transformadora; e hoje, especificamente, necessário agradecer àquelas que me ajudaram a enfrentar os momentos difíceis.
           Por fim, o sentimento que fica é de FÉ! Não podemos desistir!!

          Deus abençoe e proteja nós, educadores!!

          Grande Beijo ao coração!

          Carla Rodrigues.  



sábado, 21 de fevereiro de 2015

Compartilhando experiências 5 - Reflexões e Vivências de 2014

Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 2015.


Amigos,

A educação clama por melhorias, nós sabemos! Mas é imprescindível reforçar sempre: Nossos alunos merecem um espaço de aprendizagem vivo, agradável, colorido, bonito, desafiante e rico em possibilidades!! Nós, educadores, merecemos uma formação continuada de melhor qualidade, um ambiente agradável de trabalho, além de outras questões... Em verdade, sonhamos com a valorização do ensino público, em especial; assim como temos o anseio pelo reconhecimento do nosso trabalho, fruto do nosso esforço e dedicação! Quando falo em reconhecimento, refiro-me a possibilidade de disseminar conhecimentos construídos para, quem sabe, inspirar novas ideias, novos conhecimentos; falo na possibilidade de amadurecimento e crescimento!

Precisamos ser educadores ativos! Sonho com uma escola que ensine mais do que um português e uma matemática limitada! Por que não trabalharmos com projetos que efetivamente preparam cidadãos para a vida?  Por que tanta mediocridade no ensino público brasileiro? Não quero aqui entrar no discurso político neoliberal, porque desta esfera não espero grandes ações, infelizmente. Mas desejo inquietar cada educador, cada equipe de gestão escolar, pois compreendo que mudar esta realidade é possível. Do micro para o macro, de tal forma que este não tenha outra opção. A educação se faz nas pequenas ações!!!

Portanto, crie, recrie, explore, viva!! Esta é a essência desta postagem!!!

Em 2014 praticamente não realizei postagens no Blog. Por alguns motivos pessoais fiquei ausente. Todavia, gostaria de compartilhar um pouco do trabalho desenvolvido. Entendo que trabalho "fechado" é trabalho morto. Todo conhecimento precisa ser dividido para ser multiplicado, isso sim é um trabalho vivo!!  Tenho prazer em compartilhar!!

Todavia, é importante ressaltar o quão valoroso e ético é o educador que sabe recriar ideias sem omitir sua origem e/ou idealizador. Comparativamente, podemos dizer, a ciência avança em cima de pensamentos, ideias e descobertas pré-existentes... Estas representam um ponto de partida, e não de estagnação. Seu sentido encontra-se na incansável busca pela qualidade da solução de um problema-fim. Desculpa a abordagem, mas falo isso porque já vi muitas ações sem ética, lamentavelmente. A esses que vivem de estética e se dizem educadores, o meu desprezo... Todo mérito e louvor aqueles que criam, recriam, exploram e vivem a essência da arte de educar!!!






















 Bom, essas fotos representam um pouquinho
do que minha turma de 2º ano/EF-1
viveu ao longo do ano de 2014.
Importante dizer que, absolutamente, todo material e
conceito exposto foi construído junto com eles!

Ao longo do ano vivenciamos o Projeto Descobertas,
onde exploramos conhecimentos geográficos, especialmente;
mas também trabalhamos temáticas como a água, por exemplo.

A foto "Casa dos Textos" representa o resultado de
um trabalho mais abrangente,
cuja culminância foi a "Festa dos Brinquedos".

Foi um ano bastante prazeroso!!

Crie, Recrie, explore, viva!!
Seja um educador ativo!!

Beijinhos!!
Carla Rodrigues.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Clichê!! Por que tem que ser assim?

Vivemos numa Era de inversão total de valores!
Um clichê que deveria incomodar mais que se acomodar dentro de um ser...
Por que tem que ser assim?
Cotidianamente me ponho a refletir sobre minha prática pedagógica...
Sobre o papel da escola, do educador...
E dos cidadãos no desenvolvimento social.
O que desejamos para o futuro das gerações?
Percebo que os discursos revelam-se paradoxal ao que se planta
Sim! Vivemos numa Era de educação estética!
Um caminho socialmente perigoso, preocupante e que muito me entristece...
O que me motiva à trajetória educacional é a possibilidade de ajudar um ser a se tornar CIDADÃO.
Mais do que um juramento para obter um diploma, há um juramento de vida para com outra vida.
Uma responsabilidade ímpar, a qual não pode ser negligenciada!
Não cabe!
Percebo educadores sabotando conhecimentos que sustentam a prática,
e o pior, a própria prática que poderia impulsionar novos e enriquecedores saberes...
Nas paredes não pode haver trabalhos feios... Mas, o que é feio afinal?!
Pra mim, no contexto educacional,
feio é o belo produzido por quem tem habilidades e competências já desenvolvidas...
A este cabe apenas a organização dos espaços, atividades, sistematização dos aprendizados...
Mas na Era da educação estética e da inversão de valores
a aparência é o que desperta maior preocupação e dedicação dos que estão nos espaços educacionais.
Penso que a educação só poderá sofrer mudanças quando encararmos de frente a triste realidade que se esconde no interior desses espaços.
Estou longe, infinitamente longe de ser perfeita e a melhor educadora,
mas tenho princípios e ideais sólidos.
Acima de tudo, amo e me preocupo com a vida!
A educação pública forma a massa da sociedade.
Eu estudei em uma escola pública do subúrbio do RJ por muitos anos,
porém tive a oportunidade de desenvolver minhas habilidades reflexivas e competência de análise.
Infelizmente, nesta geração este fato não é uma regra, mas uma exceção...
Os educadores se esforçam, se doam ao extremo (muitos, pelo menos!).
Então, o que ocorre?
Novamente está em pauta na mídia a greve dos professores... Por quê?!
Hoje, enxergo uma espécie de comércio educacional
nas entrelinhas dos belos discursos pedagógicos
e, quem sabe, filosóficos.
Pensamentos, ideias, energias e materiais são desperdiçados em momentos pouco enriquecedores,
mas que compõem a imagem desejada.
Sorriso para alguns,
cansaço e sensação de vazio para muitos...
Faces que tentam disfarçar o desgaste físico e a frustração da perda de tempo...
Ahhh... Como isto me entristece!
Um tempo que poderia ser gasto no plantio pedagógico mais adequado e menos dispendioso.
Talvez a ação pudesse gerar resultados mais concretos e desejados,
qualitativa e quantitativamente,
evitando a apelação e a camuflagem vergonhosa em pról de uma imagem irreal.
A luta dos professores é maior do que se pode imaginar...

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Porque amar é respeitar...

Rio de Janeiro, 02 de outubro de 2013.


Amados,

Hoje foi mais um dia em que cheguei ao meu local de trabalho com o coração pleno de paz, mas este não tardou a ser confrontado. Engoli, extravasei, respirei, refleti. Então me perguntei: Por que a escola não é um local de paz, harmonia e alegria? Por que se revela num ambiente tenso de opressão?

De uma forma particular, observo que muitos espaços educacionais alimentam uma espécie de doença crônica em seu interior, talvez uma doença espiritual (ou não, depende da crença de cada um!). Enfim, o fato é que pessoas entram saudáveis e facilmente adoecem e demonstram dificuldade nesta libertação... Sinto esse peso! Isso me faz mal!

Então, se vivemos um período político tenso e a educação clama e chora por socorro, sinto-me bastante entristecida... Confesso que temo pelo futuro social das gerações... Os espaços escolares (formais ou não), profissionais, educandos, comunidade etc, necessitam de maior atenção e gentileza da parte de todos os cidadãos. O problema de um é também problema de todos, pois quando um ser humano é deixado para trás, ignorado ou agredido (moral e/ou fisicamente) todo o Planeta sofre as consequências...

A questão delicada aqui é que um professor, por mais que se doe, não consegue promover milagres, especialmente sozinho. Suas forças parecem esvanecer...Falta dignidade, respeito, parcerias, verdadeiro espírito de equipe... Então, me lembro de Paulo Freire, que diz que não podemos nos intitular educadores se não houver coerência entre nosso discurso e nossa prática. Penso que respeito é essencial a prática educacional!!

Estou cansada de hipocrisia! De paciência cheia de cara azeda e posturas infames e falsas! Tão ruim quanto perceber políticos e policiais atacando professores, é ver que educadores não respeitam seus pares, é perceber que em meio a tantas demandas pedagógicas tem gente gastando energia com pequenas coisas... Preferem diminuir a somar! Opressão ao invés de alegria! Que prazer é este? Que mundo é este?

Mas Deus é tão maravilhoso que nos liberta da opressão e nos preenche de paz e sabedoria para enfrentar os desafios cotidianos. Para toda experiência, há um aprendizado valioso, que proporciona um renascer no espírito. Nada como ter a presença de Deus em nossa vida!! Amooooo!!! É importante orar pelo futuro da educação e pelos profissionais que amam esta profissão, sem hipocrisia! 

Escrever é tudo de bom para mim, por isso não seria eu se não utilizasse as palavras para expressar sentimentos... Eu sonho com uma educação melhor!! Eu sonho com um mundo melhor!! Por isso, luto, oro e busco construir uma realidade social melhor!!!

Se minha voz pudesse alcançar o coração de todos os educadores, eu diria: Amem-se mais! Não percam tempo com o que não é importante, mas lutem pelo que é essencial à vida, o amor ao próximo! Sem dúvidas, muitos problemas e cóleras seriam evitadas se passássemos mais tempo oferecendo amor ao invés de opressão! No mínimo teríamos um ambiente mais sadio de convivência.

Para muitos, falar de amor pode ser uma utopia, mas se pensarmos que o amor passa pelo respeito, talvez esta não seja uma ação tão utópica assim. Pensa nisso!

Eu defendo a ética, a saúde e a alegria na prática pedagógica!

Esta foi mais uma carta de desabafo! O registro de um desejo!


Beijo carinhoso,
Carla Rodrigues.
Porque amar é respeitar!